Trump ameaça retomar controle do Canal do Panamá e acusa país de cobrar taxas excessivas
Em post, Trump também afirmou que não deixaria o canal cair em "mãos erradas". Neste domingo (22), o presidente panamenho reafirmou a soberania do país sobr...
Em post, Trump também afirmou que não deixaria o canal cair em "mãos erradas". Neste domingo (22), o presidente panamenho reafirmou a soberania do país sobre o canal e afirmou que a independência do Panamá não é negociável. Donald Trump em coletiva na Flórida REUTERS/Brian Snyder O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um post na rede social Truth Social ameaçando retomar o controle do Canal do Panamá - que já foi administrado pelo governo americano - e criticando o país por cobrar taxas excessivas para usar a passagem que permite que navios cruzem entre os oceanos Pacífico e Atlântico, neste sábado (21). "As taxas cobradas pelo Panamá são ridículas, especialmente considerando a extraordinária generosidade que os EUA têm demonstrado ao Panamá. Não foi dado para o benefício de outros, mas meramente como um símbolo de cooperação conosco e com o Panamá. Se os princípios, tanto morais quanto legais, deste gesto magnânimo de doação não forem seguidos, então exigiremos que o Canal do Panamá seja devolvido a nós, integralmente, e sem questionamentos", escreveu Trump. Os Estados Unidos construíram grande parte do canal e administraram o território ao redor da passagem por décadas, mas a assinatura de acordos entre o país e o governo panamenho, em 1977, abriu caminho para o retorno do canal ao controle total do Panamá em 1999, após um período de administração conjunta. A hidrovia, que permite a passagem de até 14 mil navios por ano, é responsável por 2,5% do comércio marítimo global e é essencial para as importações de automóveis e produtos comerciais dos EUA por navios porta-contêineres da Ásia, e para as exportações de commodities dos EUA, incluindo gás natural liquefeito. Na publicação, Trump também afirmou que não deixaria o canal cair em "mãos erradas". Segundo a agência de notícias Reuters, uma provável referência à influência da China no canal, já que uma subsidiária da CK Hutchison Holdings 0001.HK , empresa sediada em Hong Kong, administra há muito tempo dois portos localizados nas entradas do Caribe e do Pacífico. Neste domingo (22), o presidente panamenho, José Raúl Mulino, reafirmou a soberania do país sobre o Canal do Panamá e disse que as taxas altas não são um "capricho". "Cada metro quadrado do Canal do Panamá e da área ao redor pertence ao Panamá e continuará pertencendo a ele", disse Mulino em uma declaração gravada divulgada no X, acrescentando que a soberania e a independência do Panamá não são negociáveis. A presidente do México, Claudia Scheinbaum, também criticou a fala de Trump e "disse que o Canal do Panamá pertence aos panamenhos". A embaixada do Panamá em Washington não respondeu a um pedido de comentário. Vários políticos panamenhos, no entanto, recorreram às redes sociais para criticar as declarações de Trump e pedir ao governo que defenda o canal. "O governo tem o dever de defender nossa autonomia como um país independente. A diplomacia exige firmeza diante de declarações lamentáveis", disse Grace Hernandez, deputada do partido de oposição MOCA, no X. LEIA TAMBÉM: Putin sobre 'duelo' de mísseis com os Estados Unidos: 'Estamos prontos' Trump processa jornal por publicar pesquisa que errou em resultado das eleições