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Por que essas eleições americanas são tão importantes

Em entrevista ao podcast O Assunto, o cientista político Christopher Garman explica que, do ponto de vista geopolítico, o que mais é preciso ficar de olho é...

Por que essas eleições americanas são tão importantes
Por que essas eleições americanas são tão importantes (Foto: Reprodução)

Em entrevista ao podcast O Assunto, o cientista político Christopher Garman explica que, do ponto de vista geopolítico, o que mais é preciso ficar de olho é o futuro da relação entre Estados Unidos e China — que deve impactar em países como o Brasil. Imagem de eleitores americanos nos Estados Unidos no pleito de 2024 Jornal Nacional/ Reprodução Nesta terça-feira (5), os 50 estados americanos fecham suas urnas para definir quem será o próximo presidente a ocupar a Casa Branca. Destaque nas capas de jornais de países do mundo inteiro, a disputa entre Kamala Harris e Donald Trump tem clima de indefinição. Para Christopher Garman, cientista político e diretor executivo da consultoria Eurasia, do ponto de vista geopolítico, o que realmente está em jogo nessas eleições é entender quais são os possíveis cenários nos próximos passos da relação entre Estados Unidos e China. "Se o Trump prevalecer e adotar medidas mais punitivas do lado de política comercial e aumentar as tarifas sobre a China de forma mais forte, isso pode azedar ainda mais a relação entre Estados Unidos, e China e os chineses também podem responder com as suas próprias medidas", analisa em entrevista ao podcast O Assunto. Garman explica que, independente do resultado, já existe um caminho de deterioração na relação entre as duas potências. No entanto, caso a vitória seja republicana, o distanciamento e contestação entre China e EUA terão implicações em países como o Brasil, que podem ser cobrados de ter um alinhamento maior com um lado ou com o outro. "Tanto no Brasil como em vários países da região o intuito é ter uma relação muito próxima com ambas as potências", comenta. O cientista político destaca também que é preciso levar a série promessas de campanha de Trump, como: colocar uma tarifa universal de 10% sobre todos os produtos que entram colônia americana; adotar uma tarifa de 60% sobre todos os produtos chineses que entram nos EUA; e deportação em massa de imigrantes. Mesmo que o Trump faça uma fracção dessas promessas, o resultado de você fazer uma deportação, mesmo que modesta com mercado de trabalho apertado, é gerar mais inflação e reduzir o potencial de crescimento. Da mesma forma, diz Garman, em relação às medidas de protecionismo comercial. Ele diz que uma eventual vitória de Trump muda, potencialmente, o cenário de inflação nos EUA. ⚠️ Por que isso importa? "Porque isso fortalece o dólar, enfraquece moedas e mercados como o Brasil, então isso deve enfraquecer o real e dificultar a capacidade do Banco Central de reduzir juros em 2025", pondera. Além disso, Trump deve anunciar a saída dos Estados Unidos do tratado de Paris, o que não é bom para o Brasil e tampouco para as negociações climáticas globais, alerta o especialista. Por outro lado, Garman esclarece que, com política externa, Kamala Harris deve dar continuidade ao governo Joe Biden. "Se a Kamala ganhar, para o Brasil, eu diria que é mais construtivo mais pelo que você evita. Um governo dela não tende a adotar medidas que geram mais inflação nos Estados Unidos com risco de crescimento menor nos Estados Unidos e na China. Então, isso tende a criar um ambiente macroeconômico global mais favorável para um país como o nosso", conclui. O que você precisa saber: Eleições nos EUA: quando sai o resultado? Empatados nas pesquisas, Kamala e Trump vão à Pensilvânia Trump e Kamala disputam eleitores voto a voto em sete estados Kamala faz comício na Pensilvânia, e Trump visita estados-chave Quem vence as eleições, de acordo com o mercado financeiro Relação entre EUA e Brasil não deve mudar muito após a eleição americana OUÇA ABAIXO O EPISÓDIO NA ÍNTEGRA:

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