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Itamaraty confirma que Brasil concedeu asilo a Nadine Heredia, ex-primeira-dama do Peru

Esposa do ex-presidente Ollanta Humala e filho menor de idade chegaram ao Brasil nesta quarta em voo da FAB; asilo foi concedido na véspera. Conare vai analisa...

Itamaraty confirma que Brasil concedeu asilo a Nadine Heredia, ex-primeira-dama do Peru
Itamaraty confirma que Brasil concedeu asilo a Nadine Heredia, ex-primeira-dama do Peru (Foto: Reprodução)

Esposa do ex-presidente Ollanta Humala e filho menor de idade chegaram ao Brasil nesta quarta em voo da FAB; asilo foi concedido na véspera. Conare vai analisar pedidos de refúgio. Ex-primeira dama do Peru – condenada por corrupção - chega ao Brasil depois de receber asilo O Ministério das Relações Exteriores confirmou em nota nesta quarta-feira (16) que o Brasil concedeu asilo diplomático à ex-primeira-dama do Peru Nadine Heredia Alarcón. Nadine é esposa do ex-presidente Ollanta Humala, que governou o Peru entre 2011 e 2016. Ambos foram condenados por lavagem de dinheiro de empreiteiras brasileiras – Humala está preso pelo crime. Na nota, o Itamaraty confirmou que Nadine e o filho, de 14 anos, chegaram ao Brasil nesta quarta e que obtiveram, na terça-feira (15), a concessão de asilo diplomático. "Nos termos do Artigo XII da mencionada Convenção, o governo do Peru outorgou as garantias e o salvo conduto correspondente, permitindo que a Senhora Alarcón e o seu filho pudessem deixar o território peruano, com destino ao território brasileiro", diz o Itamaraty. "A Senhora Alarcón e o seu filho passarão, agora, pelos procedimentos necessários para sua regularização migratória no Brasil", segue o ministério. Ex-primeira-dama do Peru chega a Brasília em avião da FAB Conare vai analisar refúgio Em nota, o Ministério da Justiça informou que a Polícia Federal concedeu a Nadine e ao filho registros provisórios, válidos até uma decisão final sobre o pedido de refúgio. "A partir de agora, ambos deverão aguardar a deliberação do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), órgão vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública competente para decidir sobre os pedidos de refúgio", disse a pasta. Ainda de acordo com o Ministério da Justiça, entre 2023 e 2024 o Brasil recebeu 126.787 pedidos de refúgio e reconheceu 90.904 pessoas como refugiadas. Ex-presidente do Peru, Ollanta Humala, e a esposa, Nadine Heredia, em 30 de abril de 2018 Luka Gonzales/AFP De acordo com um dos advogados de Humala no Brasil, Marco Aurélio de Carvalho, Heredia tem câncer e já havia solicitado permissão para viajar ao Brasil para tratamento, mas o pedido foi negado na ocasião. Isso porque o julgamento da ex-primeira-dama estava ainda em andamento — o processo, no total, durou três anos, entre a investigação e a sentença final, lida pelo juiz responsável pelo caso em tribunal. Heredia, que respondia ao processo em liberdade ao lado de seu marido, não apareceu para a leitura da sentença na terça. O governo peruano concedeu o salvo-conduto com base na alegação de doença e também afirmou que daria garantias para a transferência dos dois ao Brasil. Já Humala, que além de ex-presidente é militar aposentado, foi levado para cumprir pena em uma base policial construída especialmente para abrigar ex-líderes peruanos presos — o Peru tem um histórico de ex-presidentes presos por corrupção. Os ex-presidentes Alejandro Toledo e Pedro Castillo, ambos presos, cumprem pena na mesma base policial. Já Alberto Fujimori, também condenado, permaneceu lá até sua libertação, em 2023. 'Gera um liberou geral que vai afetar a anistia pretendida por Bolsonaro', diz jurista sobre asilo no Brasil a ex-primeira-dama do Peru A regra do asilo Segundo a Convenção sobre Asilo Diplomático, de 1954 e promulgada pelo Brasil em 1957, o asilo diplomático pode ser concedido a pessoas consideradas perseguidas políticas. Segundo o governo peruano, a convenção foi mencionada pela embaixada brasileira em Lima durante as negociações com o Ministério das Relações Exteriores do país. A convenção define ainda que todos os países que assinam o documento podem conceder asilo diplomático a quem quiserem, mas não são obrigados nem precisam se explicar quando optarem por não conceder.

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