Estudante é presa no Irã após se despir publicamente em sinal de protesto
Caso ocorreu na universidade Azad em Teerã. A jovem era assediada por membros da milícia Basij e foi espancada ao ser detida, segundo ativistas iranianos pelo...
Caso ocorreu na universidade Azad em Teerã. A jovem era assediada por membros da milícia Basij e foi espancada ao ser detida, segundo ativistas iranianos pelos direitos humanos. Estudante é presa no Irã após se despir publicamente em sinal de protesto. Reprodução/redes sociais Uma estudante que se despiu no Irã em sinal de protesto contra o assédio de milicianos da Guarda Revolucionária foi detida, segundo grupos estudantis e ativistas pelos direitos humanos. A jovem estudante da universidade Azad de Teerã, cuja identidade não foi revelada, era assediada por membros da milícia Basij, segundo esses ativistas. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Em sinal de protesto, ela se despiu em frente à universidade e caminhou pelas ruas em roupas íntimas, de acordo com um vídeo que circula nas redes sociais. A jovem caminhava de braços cruzados, até que agentes chegam nela de forma brusca e a prendem. Publicado primeiramente pelo site estudantil iraniano Amir Kabir, o vídeo foi compartilhado por diversos sites em persa, incluindo o site Dadban, o grupo de defesa dos direitos humanos Hengaw e o portal de notícias Iran Wire. O vídeo parece ter sido filmado por moradores de um prédio próximo. Outras imagens mostram a jovem sendo jogada dentro de um carro por homens vestidos à paisana. Segundo o site Amir Kabir, a estudante foi agredida durante a prisão. De acordo com testemunhas, a estudante foi espancada, sofrendo ferimentos que a deixaram sangrando. A agência de notícias iraniana Fars relatou o incidente e publicou uma foto da estudante com a imagem desfocada. De acordo com a mesma fonte, a jovem usava roupas "inapropriadas" em sala de aula e se "despiu" após ser advertida pelos agentes de segurança. A lei islâmica no Irã impõe um rígido código de vestimenta para as mulheres, obrigando-as a usar véu e roupas folgadas que disfarcem as formas do corpo. Segundo a Fars, citando "testemunhas", os agentes conversaram "calmamente" com a jovem e não agiram de maneira agressiva. As mulheres iranianas foram protagonistas de um movimento de protesto sem precedentes no país após a morte da jovem curda Mahsa Amini, em setembro de 2022, que foi presa por não cumprir o código de vestimenta. O movimento Mulher, Vida, Liberdade foi reprimido massivamente pelas autoridades iranianas, com pelo menos 551 mortos e milhares de pessoas detidas, segundo ONGs.